segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Blindness









Já alguma vez olhaste para o espelho e viste o teu reflexo na sua simplicidade e pureza?
Já alguma vez tocaste o teu rosto de sentiste o seu relevo?
Toca o teu corpo, sente-o, sente as suas vibrações, as suas fragilidades, as suas marcas.
SENTE-TE. Ouve o teu corpo quando ele fala para ti.
Já alguma vez fechaste os olhos e ouviste a chuva a cair?
Já alguma vez imaginaste alcançar o horizonte?
Já sentiste o cheiro de uma maçã, de uma pétala de uma rosa, da erva, da banana?
Já viste as coisas na sua naturalidade e simplicidade?
Eu acredito que não.
Hoje eu consegui sentir coisas que nunca antes tinha sentido, pela menos não nesta plenitude…
Imagina… Imagina que não vês, que tudo o que vês hoje e atribuis um significado deixa de existir, que apenas vês o vazio, a escuridão…
Fecha os olhos e inspira.
Sente os cheiros que te rodeiam… o que consegues distinguir, que cheiros reconheces? Tenta caminhar, tenta recorrer simplesmente ao toque para te deslocares… Quantas vezes cais  ou tropeças? Muitas…
Imagina que a realidade que conheces deixa de existir? Imagina se fossem assim todos os teus dias… como te sentirias? Serias capaz?
Pois bem, um cego é assim, não consegue recorrer à visão… restando-lhe apenas quatro sentidos.
Nós, os possuidores dos cinco sentidos conseguimos ser muito egoístas e muito materialistas, conseguimos odiar o Mundo, mesmo conseguindo ver a beleza que ele possui, estamos revoltados com a vida que nos foi atribuída, e, no entanto, somos pessoas saudáveis, completas.
Imaginem o que seria sentirmo-nos desorientados o tempo todo, dependendo sempre dos outros, e mesmo assim conseguir retirar unicamente coisas boas, positivas, da vida que têm.
Não devemos ser ingratos pelos bens que nos ofereceram, portanto explora aquilo que te foi concedido… olha as coisas com se fosse a primeira vez e ama tudo o que te rodeia, ama as coisas na sua simplicidade.
Ouve as gotas das chuva cair, sente tudo o que é palpável, sente os cheiros da natureza, junta o doce e o salgado e vê como se unem, sente a brisa a arrepiar o teu corpo, sente a areia passar por entre os dedos, ouve a tua voz interior, sente o cheiro do mar salgado e agradece por conseguires ver, por saberes o que é um garfo sem teres de lhe tocar.
Vive as coisas na sua totalidade e dá valor àquilo que tens, pois um dia podes te arrepender, por as teres perdido sem fazeres notar a tua presença.
Ama como nunca amaste antes.
Ama a vida, ama-te a ti e ama o Mundo.

Amargura



Tudo se centra em torno de uma palavra: SOLIDÃO.
Não ter um ombro amigo para chorar, o caminhar sozinha por entre as ruas vazias, despida pelos olhares intimidadores, dar um sorriso e em troca nem o voltar a receber, o querer sonhar, mesmo sendo proibido por uma falsa realidade, tornam a minha vida num extenso mar de desilusões.
Não consigo evitar as lágrimas, mas não as tomo como negativas, já fazem parte da minha rotina, são a minha companhia e o meu consolo. É a minha maneira de me sentir mais leve.
Queria que fosses diferente, queria que fosses igual a mim, e confiei, acreditei na chama que nos alimentava que se foi apagando aos poucos e poucos. Tu tinhas um nome e um lugar guardado no coração a quem deixei que muitas poucas pessoas o ocupassem.
Deixei e ganhei ferida, que nunca vai passar… Habituar-me à dor e às ilusões criadas por mim é o que tenho de fazer, é o caminho a seguir.
Dizem que devemos correr atrás dos nossos ideais e lutar por eles com toda a força que temos e nunca olhar para trás… mas de que me serve lutar se a todas as tentativas me voltas costas e finges que nunca fiz parte de ti?
Acho que por vezes nem o nosso melhor é valorizado.
Isto sou eu, é isto que tenho para te oferecer, e gostava que o aceitasses e ficasses feliz, para que eu pudesse sê-lo também.
Já não dou um sorris sincero há tanto tempo, nem me sinto livre. Sinto-me presa num local que já não me consigo livrar e que me causa angústia e me desespera por saber que a culpa também é minha.
Mil vozes, mil emoções e mil sentimentos, todos ao mesmo tempo, a tocar no mesmo sítio, a mexer em mim com se me cortassem e deixassem para trás.
É como uma nuvem negra que me persegue constantemente sem cansar.
Tenho sonhos irreais, que gostava de partilhar.
Mas para quê?
Ser ouvida não é opção, mas sim rejeição.

sábado, 21 de janeiro de 2012



Sei que a vida é voraz.
 Sei que a vida poderá ser monótona e sei, definitivamente, que é desigual.
Vivemos para um princípio, um valor, um sorriso, que nos aquece o coração e arrepia a nossa alma.
Durante a vida amamos e sofremos. Mas no entanto, as duas são igualmente importantes, e, sem dúvida, inseparáveis. Sofremos por alguém, porque a amamos ou amamos alguém porque nos fez sofrer e assim crescer.
O ser humano não vive sem isto. 
Desejamos e odiamos e o nosso único objectivo reflecte-se numa palavra só: a felicidade.
Por isso, vem… vem e abraça-me, aquece-me com as tuas doces palavras e faz o meu coração saltitar. Porque a partir do momento que és meu, eu serei eternamente tua.
Não te esqueças de mim, NUNCA, pois se esqueceres, eu  lutarei para que te lembres de que algum dia te pertenci.

Mundo (ir)real


Tudo na vida tem um significado, uma simbologia, um inicio e um fim...Nasci fraca, embalada pelos contos de fada, onde tudo terminava cheio de magia e felicidade, nasci a pensar que um dia o Sol brilharia para mim e que tudo seria simples e fácil, sem obstáculos a ultrapassar, sem ter de esperar por nada ou ninguém, sem ter de deixar cair uma ou outra lágrima e sem ter de dizer ADEUS àquilo que mais venero.
Vivi na minha inocência tempo demais e agora que acordei a minha história e os meus ideais deixaram de fazer sentido… Agora… deparo-me com um lugar imundo onde reinam os bens materiais e onde o ser Humano e sensível está extinto. Um Mundo de tal egoísmo que degrada os corações que batem a cada segundo, deixando apenas o pouco tempo que nos resta para concretizar a nossa missão – a de sermos felizes espalhando a nossa felicidade aos outros também.
O coração bate depressa, a vida passa e chega a morte.
Tão pouco tempo que temos para ser felizes e perdem-se horas, talvez anos a roubar a felicidade aos outros e tudo para nos sentirmos de alguma forma, superiores.
No Mundo que eu sempre idealizei, as pessoas pensavam de maneira igual, havendo assim, a verdadeira luta pela felicidade pura.
 Decisões têm de ser tomadas, caminhos têm de ser percorridos, obstáculos têm de deixar de ser aquilo que são, porque quando tudo é verdadeiro, tudo é conseguido e não é questionável.
Onde estão os valores, a moral e ao certo e o errado?
Onde está o amor, a alegria e a inocência?
Quero voltar a adormecer e não me lembrar que o Mundo é assim.
Quero criar o meu Mundo, onde consigo deixar um sorriso na cara às pessoas que me deparo.
Quero poder tocar-lhes e sentir como os seus corações batem.
Quero poder segredar-lhes ao ouvido e dizer que os amo.

Quero terminar o meu Mundo com “ Felizes para sempre” e quero sonhar, sonhar nos momentos que podemos passar, nas palavras, nos toques partilhados, nos sorrisos, nos olhares, nas brincadeiras mais parvas e inocentes.
Quero sentir-me viva, como no dia em que recebi o meu primeiro presente.
Quero ser eu própria sem ter de usar máscaras… quero escrever a minha história e partilhar o que é natural.
Quero, no fundo, ser feliz.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Pormenor

A vida sofre várias alterações ao longo do nosso percurso, mas somos nós quem comandamos por onde vamos e por onde queremos ir. Podemos desejar cair em rotina em tudo aquilo que fazemos e habituarmo-nos à monotonia, ou podemos querer realçarmo-nos perante uma multidão, ou até perante a pessoa que mais amamos.
Ser diferente, consiste em fazer o inesperado. Ser diferente, é surpreender. Ser diferente é lutar pelo nosso objectivo e por aquilo a que damos valor, e é preciso, por vezes, tão pouco para ser-se diferente. Poucos sabem o poder das palavras, a imensidão do seu conteúdo, e poucos sabem utiliza-la, e, sobretudo, guardá-la, até chegar ao momento em que devemos partilhá-la.
As palavras, por si só, carregam energia e emoções, sendo elas boas ou más, que unidas pelo um simples gesto podem elevar corações. 
De que servem as viagens caras, os restaurantes de alta classe, os hotéis de cinco estrelas, quando falta o mais simples e importante?
De que serve um fim-de-semana longe quando não está presente a cumplicidade?
Para Surpreender e fugir à monotonia que nos abraça porque não escrever num papel uma simples palavra e dá-lo àquela pessoa? Porque não ligar-lhe só para dizermos que a amamos ? isso não torna tudo tão mais natural e diferente?
É isto que quero, é que isto que idealizo e defendo. Quero que me recordes em toda a integridade e plenitude. São os mais pequenos gestos, são as mais pequenas coisas, que fazem o meu coração alegrar-se, não são os grandes projectos. Ser Feliz, passa pela naturalidade, e, sobretudo pela simplicidade das coisas. E são nesses pormenores que me concentro, são nesses pormenores que tento ganhar força, e quando existe nem que seja um, tento alargá-lo pelo tempo, para que nunca caia no esquecimento, e quando isso acontece, espero. Espero que te lembres do que é a essência da vida, de qual é o meu alimento, e do quanto o desejo.

sábado, 14 de maio de 2011

Dias



Mais um dia que passou e tudo continua igual, mais um dia presa, mais um dia em que as correntes teimam em não sair. Sair da solidão, sair da infelicidade, sair da angústia que tem o hábito constante de me seguir, sair da miserável monotonia.~

 É mais um dia.

Começo a contagem decrescente em que o limite já foi alcançado, começo-a mais uma vez, até tornar a chegar novamente ao limite para o voltar a retomar. É assim, é a ordem natural das coisas na minha vida. Não está mais ao meu alcance, já tentei tudo o que poderia tentar, mas nunca perco a esperança, vou tentando uma e outra vez mais, mas nada os demove, nada os pára e os faz desistir.
Continuo aqui, amarrada, deixando as lágrimas cair, uma a uma… é a minha maneira de refúgio, é o que deixa a minha alma voltar a sentir-se leve, embora nunca fique totalmente, mas alivia-me, faz-me bem. Não, não tenho medo de as deixar cair, tenho medo sim de as mostrar, de me mostrar fraca, e de não conseguir suportar. Por outro lado sei que não estou só, sei que existe alguém aí à deriva que seja capaz de compreender, mas não consigo falar mais. As palavras secaram da minha boca, por se terem tornado rotina, por já ser hábito este mal que me atormenta, constantemente. Os anos passam, as coisas mudam, mas aquelas que deveriam ser as primeiras a ir-se embora são as que persistem para ficar, para nos causar dor. É mais um motivo, mais um peso, é uma coisa que nos queremos livrar e não conseguimos, por mais que tentemos. Já esgotei os meus recursos, já não sou capaz de lutar mais. Resta-me agora apodrecer nesta prisão, até que um dia alguém se lembre e me tire daqui, até que um dia se lembrem que afinal merecia ter vivido e merecia ser alguém.

terça-feira, 19 de abril de 2011

crescer.




Desde o momento da nossa concepção até ao momento da nossa morte que enfrentamos várias e diferentes experiências: umas boas, que nos preenchem com um sorriso, e outras que são menos boas, que por vezes nos deixam cair uma ou outra lágrima, mas todas elas nos constroem e vão criando assim os nossos valores e ideais.
Durante o nosso crescimento optamos por diversos caminhos, uns inconscientemente, enquanto que outros são tomados puramente pelo nosso consciente. Sim, cometemos erros e sim, por vezes fazemos más escolhas, mas o tempo encarrega-se sempre de nos guiar.
O Tempo.
O tempo que está sempre a correr. O tempo que vai passando e passando sem que nos apercebamos disso. Já desejei que o tempo parasse e até já desejei que passasse mais rápido, mas agora descobri que cada um faz do tempo aquilo que quer, basta apenas aproveitar cada minuto que passa no seu todo para desfrutarmos de tudo aquilo que esse minuto nos pode proporcionar e agora que comecei a fazer isso sinto-me uma pessoa bem mais completa e feliz.
O tempo ajuda-nos a abrir o coração, o tempo faz-nos perceber que afinal não somos os únicos neste Mundo e que afinal ainda existem pessoas que no fundo só querem cumprir o mesmo objectivo que tu, a felicidade.
Aí descobrimos o peso do amor e da felicidade, o peso da cumplicidade e da partilha, o peso das emoções e do afecto…
Ao longo do teu amadurecimento essas componentes ganham maior relevo e por isso começas a ter os momentos que te marcarão para sempre. E aí constróis-te. Constróis as memórias e escolhes bem aquilo que não queres perder nunca.
O passar para esta nova fase só me tem proporcionado momentos fantásticos que estão guardados e fechados à chave naquilo a que chamo coração e basta apenas uma palavra para dizer tudo : GANG.
Nesta fase, em que tudo é possível, revelam-se as pessoas que realmente se lembram que existes e que te continuam a dar valor apesar da distância.
É nesta fase que tudo se torna mais nítido e concreto.
Falta apenas mencionar mais uma coisa: AMO-VOS e OBRIGADO.